Nossa história
O Singular Center surgiu em 2014, no alvorecer da Inteligência Artificial (IA), momento em que o mundo acadêmico e tecnológico voltava suas atenções para os avanços impressionantes do Deep Learning. Enquanto a maioria se impressionava com os resultados imediatos e empíricos dessa nova abordagem, nós decidimos trilhar um caminho diferente: dedicamo-nos ao estudo da Inteligência Artificial Geral (AGI), ainda distante e envolta em desafios complexos.
Inspirados inicialmente por Ben Goertzel, um dos poucos cientistas da época a liderar seriamente a pesquisa em AGI, mergulhamos em um campo que exigia não apenas conhecimentos técnicos e históricos sobre esses avanços em IA, mas também uma profunda compreensão interdisciplinar. Com o passar dos anos, ampliamos nossa perspectiva, acompanhando os avanços de instituições como a DeepMind, posteriormente a OpenAI, e explorando as teorias de outros pensadores, filósofos e pesquisadores influentes neste campo, como Vernor Vinge, Ray Kurzweil, Josh Tenenbaum, Stephen Wolfram, Ilya Sutskever, Geoffrey Hinton, Yann LeCun, Nick Bostrom, entre cientistas e pesquisadores de outras áreas - e outros tempos - que também tiveram alguma influência no estudo da computação e da IA, mesmo que remotas, como as influências de Richard Feynman e John Von Neumann, até as mais próximas, como as de Roger Penrose e Stephen Hawking. E assim, pouco a pouco desenvolvíamos a nossa própria aproximação técnica, e nossas bases metodológicas e filosóficas do estudo AGI, da ASI e da Singularidade.
É parte muito importante de nossa história quando muitos campos diferentes, nos quais trabalhávamos em apartado, convergiram para o Singular Center por força da natureza interdisciplinar de toda essa visão insana e inédita da evolução social pela ótica da evolução tecnológica, mais especificamente a evolução da IA Restrita para a IA de Nível Humano, ou AGI, que estávamos (ainda estamos) pesquisando.
Por muitos anos estávamos atualizando um método de análise socioeconômica, uma metodologia sociocientífica moderna, com foco nos capítulos da sociologia econômica e das confluências entre a sociologia, a psicologia das multidões e a medicina psiquiátrica, lançando luz no que precisamente pode condenar uma sociedade inteira à hecatombe social: ao genocídio, às tiranias ou o autoextermínio. E assim, numa via de mão dupla, tanto a sociologia nos permite avaliar os possíveis impactos da evolução da IA na sociedade, assim com a IA aprimorava as nossas pesquisas socioeconômicas, e especialmente a evolução das dinâmicas e relações socioculturais e socioeconômicas.
Do mesmo modo, não apenas nossas pesquisas sociocientíficas, mas outros setores mais criativos como o design e as artes digitais e audiovisuais, acabaram convergindo e com muita contundência para esse mesmo ponto, a esse novo paradigma computacional baseado não apenas em Inteligência Artificial, mas em networks descentralizados como a rede Ethereum, sistemas distribuídos de armazenamento de dados, e uma enorme confluência de aplicações em nuvem, sistemas de open publishing, CMS, e até mesmo sistemas gratuitos de GPUs e TPUs como o Google Colab, o que transformou completamente não apenas como criamos e projetamos as coisas, mas que estava transformando pelas raízes a própria ciência e tecnologia da informação e da comunicação, ou mesmo a ciência e a arte como um todo.
Embora nosso foco principal sempre tenha sido a evolução da IA Restrita para a IA em Nível Humano, não nos limitamos a esse objetivo. Muito pelo contrário: nos espalhamos por muitos outros campos, desde a sociologia até o design. Aproveitamos essa incrível oportunidade de testemunhar e realmente experimentar uma convergência meio que natural entre diferentes ciências, inerente à natureza interdisciplinar da IA. Assim, também exploramos a IA aplicada, com ênfase na aplicação da IA em criatividade. Nessa jornada, compreendemos a importância de integrar conhecimentos de diversas áreas — da ciência cognitiva à filosofia — para avançar na compreensão da mente, do cérebro, da consciência e da cognição, e a aplicação deste conhecimento na construção de sistemas cada vez mais inteligentes, porém, cada vez mais seguros e sensíveis.
Hoje, vivemos um momento único em que podemos afirmar que a revolução da AGI já começou. O Singular Center, mesmo que em um ponto periférico desse vasto movimento global, orgulha-se de fazer parte dessa transformação. Nossa dedicação e curiosidade sincera nos conduziram até aqui, impulsionados pelo desejo de entender um pouco mais sobre o papel da existência no cosmos e essas relações entre a inteligência e o universo.
No contexto brasileiro, enfrentamos desafios adicionais. O país ainda caminha lentamente no ensino da ciência e nos campos da computação avançada e do desenvolvimento das próximas gerações de IA. Reconhecendo essa realidade, estamos determinados a dar um passo mais importante. Queremos não apenas acompanhar, mas também contribuir ativamente para essa revolução tecnológica, fomentando pesquisas, formando parcerias e inspirando novas gerações de cientistas, pensadores e líderes em setores da tecnologia.
A história do Singular Center é a história de um grupo comprometido com a pesquisa e a evolução da inteligência artificial, das ciências sociais e econômicas, da arte, da comunicação e da educação; da aplicação da IA na criatividade; da aplicação da criatividade no desenvolvimento das próximas gerações de IA.
Desde o nascimento não é da nossa natureza seguir tendências; buscamos apenas saber mais sobre o mundo, compreender alguma coisa, e não dizer como as coisas devem ser. Entretanto, podemos fazer coisas com ferramentas ao nosso alcance. E hoje, podemos criar coisas inéditas que só são possíveis através da simbiose entre máquinas e humanos, entre a inteligência biológica e a artificial. E à medida que a AGI se torna uma realidade cada vez mais próxima, continuaremos contribuindo para um futuro em que a inteligência artificial continue a beneficiar a todos. Então, uma de nossas principais descobertas, é que a tecnologia mais avançada da atualidade está ao alcance de todos, e realmente pode mais nos beneficiar do que nos prejudicar, desde que usadas como ferramentas de ampliação de nossas capacidades cognitivas e faculdades criativas.